Monday, April 17, 2006

antes e depois do tunel

....naquele tempo os táxis tinham horror de ir à tijuca à noite, pois invariavelmente voltavam vazios. e eu tomava táxis toda madrugada para casa. de tanto ver o santo nome da minhã mãe sendo xingado e enxovalhado, desenvolvi um discurso-padrão e anti-surra. era na base do " amigo, estou indo para a tijuca. não se preocupe, estou disposto a pagar o retorno. " era o único jeito de sair vivo dos volksvagens quatro portas(zé do caixão), equipamento normal daquela época. ainda assim, levava uns 15 minutos e uns dois uisques para conseguir parar de tremer quano chegava em casa.

pois bem, numa noite apanhei um táxi conduzido por um distintíssimo senhor de terno e gravata que logo após o speech " estou indo para à tijuca... etc", para meu total espanto, respondeu:

— cavalheiro, por favor! o senhor não pagará nem um tostão a mais do que marcar o taxímetro. as tarifas são calculadas de maneira que estejam previstas todas estas possibilidades, inclusive o retorno vazio. o senhor será transportado até sua residência pelo csto acordado entre o departamento de trânsito e a categoria.

achando que estava em londres ou dm genebra, calei a boca, meio envergonhado. vendo meu constrangimento,ele(seria o próprio jesus cristo disfarçado? dizem que acontece) ainda veio em meu auxílio:

— cavalheiro, mil perdões! não me julgue tão generoso ou tão despojado como talvez me fiz passar. há um outro fator que talvez o senhor desconheça, mas que vem a meu favor. acontece que resido no grajaú e já está chegando a hora de me recolher. para mim esta corrida é duplamente benéfica. recebo por parte meu roteiro obrigatório e ainda cumpro minha rotina diária, que é de passar na saens pêna e adquirir um presente para minha esposa.

a esta altura, além da vergonha, começei também a sentir culpa. há quanto tempo não dava um presente para minha mulher? pergunei se era alguma data especial e lá veio outra lição de vida.

— não, cavalheiro. nenhuma efeméride. há 27 anos que jamais me dirigi à minha residência sem um mimo qualquer. na maioria das vezes, uma simples lembrança, uma demonstração de afeto, nada mais que isso. um bombom, uma fruta, um doce. algo que faça ela saber que pensei nela e que não me esqueci de sua doce presença me aguardando.

bebum da pior espécie, distraído notório e sem horários, eu já me afundava no banco tal qual um verme desalmado - um projeto de corno se houvesse justiça no mundo. e ele, implacável.

— assim são as mulheres, caro amigo. muitas vezes são capazes dos maiores sacrifícios em troca de um simples gesto de amor e afeição.

estava quase pedindo-lhe a benção, convencido de que algum anjo tivesse resolvido volar à terra na forma de um motorista de táxi para expiar algum pecadilho, quando o infeliz, já de olhinho revirado, termina a explanação com esta pérola:

— pois esta é minha filosofia de vida. todo dia, um agrado. ela me adora e eu vou comendo aquele cu maravilhoso,

(lula vieira em loucuras de um publicitário, excerto)

Friday, April 07, 2006

dama do lotação

pediu-me para trocar o pneu e agarrou meu pau como chave de roda. nem precisava contar que meti-lhe toda na rodinha. a doida sentou-se em cima de mim como se eu fosse o macaco. e gritava, enfia o parafuso na porca, enfia, e contei que este aro tinha pra mais de seis buracos pra meter-lhe parafuso. nem te conto como é dura a vida de borracheiro quando chegam estas donas com pneus com câmara pra remendar. haja borracha no orificio, e calor de pica pra vedar tanto buraco rasgado. tava ficando sem cola, quando a descarada perguntou, com cuspe também emenda não ? então cuspi-lhe na cara e enfiei-lhe a mangueira na boca. as bochechas incharam tanto que se ela não peida a história estopora. no final ainda tive que ouvir, ah! afinal, era só um preguinho. preciso mesmo pagar ?

iniciação sexual(versão misterwalk)


perfume de morena suada com bunda tobogâ que se esfrega no meu pau pirulito de leite condensado que mal tem tamanho pra sair das minhas calças curtas farda do curso de admissão.
ônibus nem está tão cheio sequer metade das minhas espinhas desta não me safo que agora não dá pra me afastar mais que já estufou a calça feito guarda-chuva.
já lambi o céu da boca já resolvi quatro problemas de matémática de cabeça e a rola não arreda-pé dali cobrinha doida pra se enrascar farejando buraco fundo.
já me sinto apedrejado pelas tias que não tiram olho do onde não há mais espaço entre quadris num rôla não rola dançando a musica dos buracos dos paralelepípedos onde tudo se encaixa e infla a ponto de rasgar as vestes quando lanço mão da cartada final jurando a mim mesmo que sou macho.
penso nela como travesti para ver se o pau amolece.
porra nenhuma esporrei-me todo e nem tinha idade pra usar cuecas.
a turma da esquina vai passar o resto da vida dizendo que sou veado porque gozei pensando em homem.
e não é que foi bom, demais?

publicado originalmente no misterwalk.blogspot.com

Monday, April 03, 2006

anos 50

bons tempos em que os meninos batiam punheta até para ilustração de catecismo e as meninas ficavam molhadas até quando lhe punham óstias na boca.
(originalmente publicado no misterwalk.blogspot.com)