Sunday, July 29, 2018

sol a pino*



numa célebre ponte histórica do recife, atravessou-a ligeiro; e já na cabeça da ponte lembrou-se, não sabe como, a sua andava uma merda, que saíra de casa sem documentos. voltar tudo aquilo, puta que o pariu! calor sufocante, suor escorrendo em pingas, gente feia e mal cheirosa a lhe atrapalhar os passos, chutou as pilastras e bradou isso é uma tabaca de chôla. mediu a distância entre uma cabeça e outra da ponte e quase chorou de tanta raiva da distancia hiperbolizada pelo sol à pino. caralhos me fodam! voltar um carai, nem que se foda. e pulou na frente do ônibus, que lhe petelecou a bunda, projetando-a sobre a murada, fazendo-o cair de cabeça na lama fétida do rio. desemborcado o cidadão, repetia quase afogado, voltar um carai, cuspido de lama em plena bosta de rio. populares prestativos e bombeiros amuados convergiram. surtou e foi de gaia. de cima da ponte um bando de cornos mansos amontoava-se sob um sol à pino para apreciar a teimosia alheia. 

 *originalmente publicado sob título de numa certa ponte histórica do recife, em 19,11,2007, no misterwalk.blogspot.com

Wednesday, November 15, 2017

poema glúteo


sapoti
partido a meio
visgo 
que me faz
em vai e vens incontáveis

ratinho
no teu queijo suíço
de furo único
por onde escalpo
minha glande em frenesis

o bom de tudo isso
é que não é pouco
abunda
são metades da lua inteira
que ninguém vê
me envolvendo
e sugando

até que tragado pelo buraco negro
onde a ciência se perde em hipóteses de massa e anti-energia
eu sou hipotenuso
a tal ponto
que me torno centauro
e mando são jorge a puta que o pariu!


Saturday, October 22, 2016

consorte



velocidade demais no meu peito
e freios nenhum na minha cabeça

de resto, destrambelhado aos pedais, entregue a força da gravidade,
solto o tambor
e tudo é ladeira abaixo ou ladeira acima
como se a tua bunda estivesse também sem o freio de mão puxado

no fim da reta, já ponta rombuda de alguma estrela candente
a bifurcação de sempre
reacendendo os faróis
e eis de novo o amanhecer desgovernado
"até que a sorte nos separe"
de bom ou mau grado

Wednesday, September 21, 2016

marilia gasolina



no fundo, no fundo - aliás, súbito me toquei que este seria o tema do escrito - marilia foi uma teenager assim-assim. nem bela, nem feia, nem tábua de passar, nem gostosa. mas em cidade província, entre os 13 e os 18, ninguém despreza o biscoito que poderá ser o recheio da mais próxima torta por vir ou a cereja do bolo.

havia, lá na tal cidade, um trottoir vespertino, que alternava os passos de inocência(e como toda inocência pra lá de cruel) com a esperteza do mostrar-se para os "boys" motorizados. marilia parecia ter nascido para isso. mesmo não valendo(ainda)um tanque de gasolina tinha seus predicados em sesta e já uma lista de desejosos a cair com ela da rede.

mais alguns anos, e os toques de celulites e algumas estrias, que as mulheres tem pavor, deram a marilia seu maior trunfo. mas que bunda! meu senhor. com as tais - estrias e celulites-estrategicamente colocadas de maneira que aguçavam ainda mais o desejo de ir para dentro daquele mundo, onde as curvas pediam retas em aceleração.

ciente disto, marília tornou-se quase profissional da arte de fazer-se gostosa de tudo que era jeito maneira de levitar e balançar aquele cu de maneira a enlouquecer fosse qual fosse a platéia.

aproveitei pouco o espetáculo. me mudaria para outros países e apesar da proximidade nada além das punhetas para não passar o dia em branco. na despedida, escapuliu. cuide-se bem marilia e juízo nesta bunda - imagino que nestas horas se diz cabeça. e ela entre o nem-nem e o até que eu podia com esse, sorridente, soltou com malícia: não se preocupe que eu vou manter a cabeça no lugar... bem certinho. bem guardadinha.

isto posto, o que dizer, sim marilia tinha uma bunda de fazer qualquer um perder o juizo.

mas isso foi a vinte anos. e como todos sabemos a bunda é um espécime que não resiste a tanto. 

Friday, September 16, 2016

cheia de graça



botou-lhe na bundinha como acha que deveria. ela, ainda de sapatos e cachecol, não se apertava. deixou correr frouxo. no meio do fuc-fuc, será que debochou? pergunta se ele quer ouvir uma piada. ele não acha piada nenhuma da proposta mas os seus uunns, hummms? equivaliam por um sim, já que não se ouviu não. ela então pariu de pronto: você vai de viagem num navio e leva uma cachorrinha(que não sou eu não viu, diz ela rindo até quase engasgar, o que provoca uma abre e fecha do esfíncter que dá-lhe no cu ainda mais o que não pensar) o navio vai afundar: você leva na bunda ou deixa na bunda?
ele já gozando, na bunda tudo. e ela, na bunda nada, seu sem graça, e sai de súbito deixando o pau dele na mão.

Thursday, July 18, 2013

no fundo, no fundo

avô bisbilhotando o computador em busca de sites pornô ou eróticos justifica: isto é que é rede social. e tome bola no fundo das redes.

Thursday, June 21, 2012

resistindo a tentação

serelepe, a quase ninfeta evangelizadora e sua fiel escudeira de meia-idade - sempre de guardas-chuvas - me abordam com um sorriso diabólico(mas logo elas?) e disparam bem no meio do meu peito: - jesus te ama!

digo-lhes, sem engrossar, mas com ar de conversa pouca é recomendável, que a recíproca não é verdadeira. mais que isso não devia ser assim motivo pra ninguna tristeza. afinal, não passava de mais uma história de amor não correspondido.

pra quê? foi o bastante para elas quase blasfemarem - ainda ouvi qualquer coisa como - ele tem cara mesmo de perdido filho da puta! e deram uma rabissaca de 180 graus tão forte que até o vestido da quase ninfeta de cumprimento para baixo dos joelhos revoltou-se e subiu até a proximidade das bordas da calcinha bunda rica.


se não estivesse tão contro, tinha-lhe batido uma punheta. neste caso, para ver até onde ia a fé do meu tesão pela falta de fé na pobreza de bundas que se dobram a calcinhas bundas ricas em nome da conversão.